♦ Quando era pequeno, na maioria das vezes você ria ou chorava?
Esmagadoramente eu chorava (risos). Eu era um gatinho assustado chorão. Quando íamos para a praia eu tinha medo das ondas, então apenas brincava na areia sem entrar na água, quando viajávamos eu tinha medo do avião e abraçava meu brinquedo de pelúcia o tempo todo. O tempo em que eu chorava aumentou quando entrei na creche. Eu chorava todos os dias porque não queria ficar longe de minha mãe. A situação ficou impossível de suportar, então me deixaram sair no terceiro dia.
♦ Você era tímido?
Eu era propenso a me destacar. Todo ano eu participava do festival da minha terra natal vestindo o happi (vestuário tradicional de festival), geralmente me deixavam passear no mikoshi (santuário portátil). Eu não era nada tímido. Acho que é porque meus pais tinham um restaurante de ramen e eu era acostumado a ficar com os clientes.
♦ Você não foi para a creche, então o que fez?
Em pouco tempo entrei no jardim de infância, parece que eu parei de chorar até lá (risos).
♦ Você era popular no jardim de infância?
Acho que recebi uma grande quantidade de chocolate no dia dos namorados.
♦ Foi lá que você conheceu seu primeiro amor?
Sim. Era uma garota que morava perto da minha casa, sempre sentávamos juntos no ônibus escolar. Um dia, ela me beijou de repente e eu estava como: “Eh!?”. Foi um choque. Então, me apaixonei por aquela menina (risos).
♦ Você começou a jogar baseball com essa idade também?
Certo. Eu estava no time Red Jaguar, éramos muito fracos. Quando outros times eram sorteados para jogar contra nós, eles costumavam dizer: “Que sorte!” (risos). Ficávamos felizes se pudéssemos ganhar uma vez no ano. Tinham poucos jogadores, quando eu estava no terceiro ano me tornei o capitão.
♦ Então, você era muito dedicado ao baseball?
Quando me tornei capitão, a J-league estava apenas começando. Eu rapidamente comecei a querer jogar futebol. Mesmo sendo o capitão, eu queria deixar o baseball para jogar futebol (risos). De qualquer forma, no fim, continuei com o baseball.
♦ Além do baseball, diga-nos outra memória do seu tempo na escola primária.
Quando eu estava no segundo ano, se não me engano, havia uma garota que eu gostava muito. Meu melhor amigo gostava dela também. Pensando nisso agora, eu acho que é um episódio muito fofo: a garota estava esperando no sinal para atravessar a rua, eu e meu amigo estávamos em lados opostos e gritamos juntos: “Eu gosto de você!!”, confessamos e depois fugimos.
♦ De fato, isso é muito fofo (risos).
Eu sei, certo? (risos). Depois disso eu estava na equipe torcendo e já que eu era um corredor rápido, me tornei um atleta de revezamento durante os festivais esportivos. Era legal ser um atleta de revezamento, era realmente popular (risos).
♦ Você tinha algum interesse no mundo do entretenimento?
De modo algum, eu queria ser um jogador de baseball profissional. Durante a escola secundária, as meninas me perguntavam: “Por que você não tenta a Johnny’s?”, mas eu sempre respondia: “Idiota, como eu entraria lá?”. Minha irmã mais velha era uma grande fã de Katori-kun do SMAP. Com ela eu aprendi a coreografia da música “Let it be”.
♦ Como era a relação com sua irmã?
Era boa. Quando eu estava no quinto ano da escola primária nossos pais se divorciaram, minha mãe estava sempre trabalhando no restaurante até tarde, então eu costumava ficar sozinho com minha irmã às noites. Se eu olhar do ponto de vista de minha irmã, percebo que deve ter sido um grande incômodo para ela ter que cuidar do irmão mais novo. Ela era rigorosa comigo, nós brigávamos frequentemente.
♦ Por que vocês brigavam?
Ela sempre fazia o melhor ao cozinhar para mim, mas eu costumava dizer: “Está horrível! Está horrível!” (risos). Então, por exemplo, quando ela entrava no meu quarto quando queria. Ela não costumava bater [na porta] e eu sempre ficava muito bravo. Nós discutimos muito por essas pequenas coisas. De qualquer forma, estávamos acostumados a estar sempre sozinhos, então nos dávamos bem. Dividíamos todas as tarefas da casa. Agora também eu posso fazer todas as tarefas, porque quando éramos crianças fazê-las era normal.
♦ Uma memória da escola secundária?
Eu era o representante da turma. Durante a escola secundária, os garotos começam a ser meio desobedientes, certo? Eu era ruim com eles. Bem, eu disse “ruim”, mas realmente era apenas quando estávamos comendo durante o intervalo (risos). Eu sinto falta da escola secundária ~ era divertido. Tanto que eu falhei no exame de entrada para o ensino médio (risos).
♦ Esse foi sua primeira frustração, certo?
Exatamente. Além disso, muitos estudantes da minha escola secundária fizeram o exame para aquela escola e eu fui o único que falhou. Pensei: “Isso é o pior. Minha vida acabou.” No fim, fui para uma escola um pouco longe de casa, não pude fazer uma estréia no ensino médio como sempre imaginei. Foi um completo ponto de virada da minha vida.
♦ Bem, então você entrou no ensino médio...
Eu realmente, realmente odiava. Os caras que entraram na escola que eu queria ir podiam tingir os cabelos e iam para a escola de bicicleta carregando suas mochilas. Eu tinha muita inveja. Eu tinha que ir de trem e usar uma mochila com nome. Era uma mochila que todos consideravam muito ruim (risos). Eu chorava em casa todos os dias. Era como: “Vou sair da escola!” e minha mãe me dizia: “Está tudo bem se você sair, mas o que fará depois?” e eu: “Eu não sei, mas irei sair!”, era assim todos os dias.
♦ Parece que você estava em um abismo.
Sim, a cada dia não era nada além de choro e reclamações. Então, uma noite de repente minha irmã veio e me disse: “Arrume seu cabelo! Vista sua roupa favorita!”. Quando eu estava pronto, ela tirou fotos de mim. Eu pensei: “O que há de errado com ela?”, aquelas foram as imagens para a audição.
♦ Você não sabia que ela solicitou por você.
Certo. Depois disso, um milagre aconteceu.
♦ Um milagre?
Depois da solicitação eu não recebi uma resposta por mais de 3 meses. Talvez eu já estivesse fora do teste. Então, no inverno do meu primeiro ano do ensino médio, eu joguei uma batalha de bola de neve com meus amigos a noite inteira e voltei para casa pela manhã. Nunca esquecerei isso, o dia 21 de janeiro de 2001. Eu costumava entrar na casa sempre pela porta traseira, mas naquela manhã, de alguma forma, entrei pela da frente. Ao fazer isso, dei uma olhada sem saber o porquê para a caixa de correio que nunca tinha sequer notado antes. Vi que tinha recebido um envelope. Dizia: “Você passou no primeiro teste. Por favor, venha aos estúdios da NHK nesta ocasião para o segundo teste.” Quando vi a data, o dia do segundo teste era exatamente aquele dia! Estava dentro da caixa do correio desde quem sabe quando, se eu não checasse talvez o percebêssemos muito tarde... Eu fui muito sortudo.
♦ Foi realmente um milagre!
Yup! Fui para a audição sem dormir, minha imagem de Johnny era cabelo loiro e brincos. É por isso que fui imediatamente a uma loja de conveniência e comprei a tintura loira para cabelo e já que não tinha piercing, peguei emprestado um brinco de minha mãe e usei.
♦ Você achou que passaria?
Absolutamente não. Havia cerca de 300 pessoas, eu imediatamente pensei: “Vocês são reais!? Não há como eu passar!”. Todos pareciam muito legais.
♦ O que você fez durante a audição?
Inicialmente, o professor de dança nos ensinou a coreografia de “Ai no Melody” de V6, fomos divididos em grupos de A a F. Os melhores estavam no grupo A, eu estava no F. Pensei: “Droga!” e minha disposição foi embora, mas falei com o professor: “Eu não entendi aqueles passos” e ele me deu alguns conselhos. Depois disso ele me disse: “Você é bom, pode passar ao grupo A”. Então, o chefe chegou e começou a sessão de perguntas e respostas.
♦ O que ele te perguntou?
Ele disse: “Quem aqui jogou baseball?”. Havia apenas 5 de nós que levantaram as mãos. No fim, todos os 5 rapazes passaram na audição (risos). Entre eles estava Yokoo-chan (Wataru), por exemplo. Então, o chefe de repente me disse: “YOU, vá jogar baseball sozinho agora.” Eu não tinha certeza se entendi, mas comecei a fingir que rebatia a bola e corri dizendo “Salvo!”. Ele me elogiou: “Bom”. O teste acabou rapidamente.
♦ Você não tinha ideia do resultado?
Certo. Quando eu saí da sala, Johnny-san me disse: “YOU, esse cabelo é terrível! O loiro não combina com você. Então, o que é esse brinco?” (risos). Então ele disse: “Pinte o cabelo de volta ao preto e venha para os estúdios na próxima semana”. Na semana seguinte tiraram fotos de mim, eu pensei que era um teste de fotos, mas quando fui apresentado em uma revista como “Fresh Jr” eu pensei “Passei!”. Os garotos que passaram não foram apenas os que estavam no grupo A e o cabelo loiro e os brincos foram palpites errados também. Meus alvos foram anulados, mas acho que provavelmente passei porque me destaquei (risos). Eu estava no primeiro ano do ensino médio, estava quase dentro da idade certa para passar. Havia muitas crianças do primário. Realmente era minha última chance.
♦ Foi uma completa mudança de vida?
Sim, antes eu estava sempre chorando, então, de repente, tudo era muito divertido.
♦ Você perguntou à sua irmã por que ela mandou o requerimento?
Ela disse: “Porque você estava muito chato”. Parece que tinha vezes em que ela também queria sair do ensino médio, de qualquer maneira, ela continuou e também se divertiu lá. Então, ela pensou que aquela audição poderia ser um bom empurrão para mim. Ela é uma boa garota (risos). Posso dizer que graças a ela ter mandado o requerimento eu pude finalmente ver a luz da esperança. Porque eu podia ver apenas o fracasso em mim. Eu tinha um novo objetivo na vida. Foi o empurrão para eu começar a fazer o meu melhor.
♦ Qual foi a primeira coisa que você pensou ao se tornar um Jr.?
“Ah! É Tackey! Uwah! Yamapi!” (risos). Encontrei muitas pessoas que sempre tinha visto apenas na TV.
♦ De onde as aulas começaram?
Para aprender sobre simetria, nós fomos divididos em duplas. Desde o momento em que entramos. Eu estava junto com Shige. Ele parecia um jovem mestre com bermuda e eu pensei: “Por que com ele!?” (risos). Desde aquele dia tudo que eu tinha que fazer, fiz com Shige. No começo pensei: “Por que preciso trabalhar com ele, somos tipos completamente diferentes!” mas o chefe já tinha visto algo em nós, eu acho.
♦ Então, vocês dois se tornaram bons amigos?
Desde o início. Fomos ao shopping e compramos roupas combinando. Shige ia para a escola em Shibuya, então ele conhecia a cidade muito bem. Ele me ensinou muitas coisas, sobre lojas e etc. Nós também discutimos uma vez, mas imediatamente fizemos a pazes.
♦ Você entrou para o mundo do entretenimento inesperadamente, como era esse mundo?
Sempre surpreendente. Foi por volta de uma semana depois que entrei, eu estava em casa quando de repente recebi uma ligação do chefe: “Venha para a NHK agora”. “Agora!?” – eu pensei, mas corri para lá. Me ensinaram a coreografia, me fizeram mudar de roupa e sem tempo para perceber o que estava acontecendo a gravação foi iniciada. Ele me empurrou pelas costas dizendo: “YOU, fique no meio do palco! Vá!”. Fui para lá respondendo “Sim!” mesmo sem saber o porquê... era o número de dança para introduzir os Jrs no “The Shounen Club”. Foi minha primeira vez na TV.
♦ Foi muito inesperado.
Eu sei (risos). De qualquer forma, realmente, tudo que eu via, tudo que eu ouvia era novo e divertido. Claro que as lições eram difíceis. Algumas vezes Takizawa-kun me ofereceu o almoço. Eu costumava comer com Takizawa-kun e Jin. Depois disso, Takizawa-kun me levou em casa com seu carro. Eu disse a ele: “É muito longe!” mas ele me levou de qualquer maneira. Entretanto, durante a viagem ele me disse: “É realmente muito longe!” (risos).
♦ Outras memórias dos tempos de júnior?
Na peça “SHOCK” com Koichi-kun, quando Koki não pôde ir, eu o substituí e me tornei bom amigo de KAT-TUN. Depois da peça eu fui à casa de Kame-chan com Jin. Sempre conversamos sobre trabalho até nos despedirmos. Naquela época eu tinha pouca experiência com dança, então não era muito bom. Taguchi veio à minha casa e me ensinou as coreografias por muito tempo. Dançamos “Ame no Melody” de Kinki Kids até tarde da noite.
♦ Mesmo os júniors sendo tipos rivais, vocês também eram bons amigos, certo?
Certo. Naquela época Koichi-kun era um forte presidente, ele nos mostrou o espírito de um profissional, a atmosfera lá era: “Se você não pode fazer isso, é ruim.” Normalmente, nessa situação é óbvio se tornar rivais, mas nos tornamos amigos a fim de criar uma boa peça.
♦ Era difícil conciliar o trabalho com a vida de estudante?
Sim. De qualquer forma, ser um júnior era mais como uma atividade após a escola do que um emprego. Eu mudei de escola no segundo ano porque minha primeira escola proibia as atividades no mundo do entretenimento. Comecei a aparecer na TV pouco a pouco e os professores me disseram que eu não podia continuar daquele jeito. Me disseram: “Escolha de acordo com o que você quer fazer.” Eu decidi ali: “Irei mudar de escola. Os procedimentos podem ser difíceis mas, por favor, me ajudem com isso.”
♦ Não foi uma grande decisão?
Mas se eu desistisse do mundo do entretenimento teria voltado a uma vida sem objetivos.
♦ Você não se sentiu perdido com isso tudo?
Se eu tinha que escolher entre a Johnny’s e a escola, não tinha dúvidas. Havia o lado divertido, mas a maioria era por causa das minhas inestimáveis esperanças. Não queria traí-las. Dançar atrás de estrelas, estar ao lado delas, eu podia pensar seriamente: “Vamos dar o nosso melhor! Eu quero melhorar!”. Vamos dizer que era minha paixão como um homem.
♦ Você tinha algumas preocupações naquela época?
Nenhuma. Porque eu ainda não reconhecia como um trabalho. Os juniors enxergam tudo rosa. Tipo: “Da próxima vez eu farei isso!”, “Eu farei aquilo!”.
♦ Enquanto estava ocupado com o trabalho você também decidiu fazer o exame de admissão para a universidade, certo?
Já que tive uma grande decepção com o ensino médio, eu queria ter minha revanche. Além disso, pensei que seria um junior até completar 20 anos.
♦ Você queria sair?
Sim, se não pudesse estrear. O segundo e o terceiro ano do ensinou médio passou, fiquei mais velho e comecei a ver as coisas à minha volta. Se não debutasse, não queria continuar daquele jeito. É um mundo que não te dá segurança, eu tinha que pensar em meu futuro também, então comecei a pensar em outros caminhos possíveis.
♦ Foi difícil estudar para o exame?
Eu tinha concertos, ia ao cursinho, estudava durante as noites nos hotéis. Então, novamente concertos, cursinho, essa era minha vida. Não conseguiria passar se não fizesse desse jeito.
♦ Como você conseguiu trabalhar tanto desse jeito?
Acho que aprendi os truques do trabalho duro durante os tempos de júnior. Como a urgência para aprender músicas e coreografias e a concentração. Os júniors tem que aprender um grande número de passos de dança e música em pouco tempo, aquela rapidez não é comum. Todos ficariam surpresos: “Você aprendeu aquilo tudo tão rápido!?”. Você começa a pensar que é apenas natural. Porque se você não fizer isso, apenas você falhará. É um mundo rigoroso, mas esse tipo de concentração e de urgência se torna parte de você. Acho que levei o que aprendi sendo um júnior para o meu exame.
♦ Esse é um aspecto desse mundo que as fãs não conseguem ver.
Sim. Você não quer mostrar o esforço. De alguma forma, ser um júnior é mais difícil do que o trabalho após a estréia, você tem que usar seu corpo e sua mente mais do que nunca.
♦ Antes você disse que queria sair do mundo do entretenimento se não pudesse debutar com 20 anos, como você se sentiu a respeito da estreia?
Eu entrei tarde na agência, então não senti a frustração de ver as pessoas que entraram ao mesmo tempo que eu debutarem antes de mim. De qualquer forma, houve muitos júniors que experimentaram isso. Naquela época, 4 anos antes V6 e Arashi debutaram como grupos que torciam pelo time de vôlei. Então, 4 anos depois, nos perguntamos quem deveria debutar daquela vez: “Alguém será escolhido”. Pensando em minha idade, achei que se não debutasse daquela vez, não teria mais chances, então eu estava realmente preocupado.
♦ Como você se sentiu quando soube que era parte de NEWS?
Eu fiquei chocado. Porque eles me disseram muito repentinamente, tipo: “YOU, agora você está em NEWS. Você está no grupo que torcerá pelo time de vôlei”. Eu disse: “Finalmente veio!”. Eu estava muito feliz, saí para comer com Shige e brindamos com água. Dissemos: “A partir de agora estaremos juntos mesmo quando nos tornarmos dois velhos. Você lembra? Temos estado juntos desde o começo”.
♦ E você estava certo.
De qualquer forma, havia também sentimentos complicados. Eu era bom amigo de Yokoo-chan, já que entramos na mesma época. Eu e Shige fomos retirados de KKKitty e debutamos como NEWS, olhando isso do ponto de vista de Yokoo-chan, que foi deixado para trás, parece muito doloroso e difícil. Yokoo-chan sempre fez seu melhor perseguindo seus sonhos e ele nos apoiou. É por isso que quando ouvi sobre a estreia de Kis-My-Ft2 fiquei tipo: “WOOO!!”
♦ Se há algo que você aprendeu como um júnior, isso é?
Se eu pensar nisso agora, não é apenas o trabalho duro, seria a importância de fazer o seu melhor da maneira correta. Há algo que nunca esquecerei, eu era um dançarino de Takizawa-kun, ele me chamou e disse: “Desse jeito você irá para o fundo” e então, ele me mostrou como fazer. Eu era o único dançarino de fundo no centro. Ele me disse: “Faça o seu melhor! Os sentimentos são importantes também!”. Foi assim que ele disse. Claro que você tem que dançar o melhor que puder, mas dançar não é tudo, “estou dançando aqui”, com esse sentimento o modo como você se apresenta muda. Takizawa-kun me ensinou uma grande coisa. Quando eu estava no comando do MC em “The Shounen Club”, mantive isso em mente. Eu estava feliz. O senpai atingiu o ponto certo.
♦ Então, que tipo de época foi a era júnior para o atual Koyama-kun?
Foi um momento importante que realmente mudou minha vida em 180 graus. Quando falhei no exame do ensino médio pensei que minha vida tinha acabado, que eu era um perdedor. Agora posso dizer que sou grato por ter falhado naquele exame. A vida é misteriosa. Claro que teria sido melhor se eu tivesse passado, mas é tudo graças ao que eu pensei, ao que encontrei depois de falhar. Me tornei um Johhny porque falhei naquele exame. Agora acho que as coisas importantes não estão limitadas ao que era “o melhor” naquela época.
♦ É inacreditável que você seja a mesma pessoa que chorava todos os dias durante o primeiro ano do ensino médio.
Eu sei. Quando falhei o exame os adultos a minha volta me diziam: “Tudo que acontece na vida tem um significado”. Naquela época não consegui descobrir o significado. Eu pensava: “Que significado pode haver em falhar desse jeito?!”. Agora eu entendo. Era uma frustração necessária para chegar onde estou agora. Realmente tinha um significado. Não posso esquecer que tinha pessoas cuidando de mim. Como minha mãe e minha irmã. Em particular minha irmã, devo tanto a ela que me sinto envergonhado. Ela é a pessoa que mudou minha vida. Absolutamente, não devo esquecer esses sentimentos de gratidão.
♦ Você costuma fazer o MC nos concertos de NEWS, certo?
Porque durante nosso primeiro MC em um concerto ninguém estava falando, o estádio inteiro ficou em silêncio. De alguma forma todos os membros começaram a olhar para mim, eu não tinha outra escolha a não ser falar. Desde então, sempre fui o responsável pelo MC (risos).
♦ Você lembra o que disse naquela ocasião?
Contei a história de quando no evento de aperto de mãos alguém queria apertar as mãos de Yamapi, mas chegou ao meu camarote e disse “Eu não quero” para mim (risos). Durante aqueles concertos eu contei a mesma história todas as noites. Eu não sabia que os mesmos fãs iam a diferentes shows, me perguntei por que não era sempre engraçado para eles (risos). Ser sempre a mesma história também deixou os membros cansados disso, no fim ninguém estava comentando ou me seguindo (risos).
♦ Como você aperfeiçoou sua fala depois disso?
Eu pensei que aquele com meu papel em SMAP era Nakai-san, em V6 era Inohara-san, pouco a pouco me tornei mais consciente disso. De início, eu costumava anotar as ações dos outros membros que conseguia observar (risos). As diferentes características saíram mais e mais, o tempo mudou também.
♦ Então, você não tinha grandes preocupações mesmo depois da estréia?
Parece que eu não tinha nenhuma preocupação, certo? (risos). Na realidade, há dois anos eu fiz 25 anos de idade e esse foi o momento mais preocupante de minha vida. Todas as noites eu chorava sozinho.
♦ O que te preocupava tanto?
Eu estava com medo. Estava pensando “Onde estarei em 5, 10 anos?”, “O que quero fazer da minha vida?”. Eu não tinha nada. Não tinha nada para me orgulhar. É por isso que estava preocupado e com medo. Sem o nome “Johnny’s” eu não teria sido nada.
♦ Como você superou isso?
Acho que consegui quando comecei a ver meu objetivo novamente. Naquela época me propuseram trabalhar com “News every”. Eu estava nervoso porque nunca tinha trabalhado com algo envolvendo jornalismo antes, embora pude ver a luz da esperança nisso.
♦ Que luz era essa?
Naquele mundo que nunca experimentei, senti mais uma vez que era impotente e verde. Até agora tinha vivido flutuando em uma nuvem, tudo corria bem, sem agitações. Se eu, repentinamente, fosse por outro percurso não teria sido capaz de prosseguir e não teria sido tão agradável. Percebi que sob os meus pés, na realidade, não havia nada. De qualquer forma, pensei: “Exatamente agora eu estou no fundo. A partir daqui, o único caminho é ir para cima”.
♦ Parece que você se conhece muito bem.
Certo. Até então sempre trabalhei calmamente. Então, o acúmulo de diferentes tarefas mudou. Eu tinha que viver nesse mundo. Então, tinha que encarar a importância de como viver mais do que antes. Meu 25º ano de vida foi o ponto da mudança. Para realizar tudo isso, claro que me preocupar e me sentir perdido era necessário.
♦ Você estava com medo de desafiar o novo campo do jornalismo?
Se eu dissesse que não, seria uma mentira. Se penso em jornalismo, penso em Sakurai Sho em “NEWS zero”. Pensando nele como um objetivo, senti uma grande pressão. Mas ele não era alguém a perseguir, era apenas Sho-kun, que estava um pouco a frente de mim no mesmo caminho. Pensar desse jeito me deixou feliz.
♦ Você recebeu algum conselho de Sakurai-kun?
Não é realmente um conselho mas quando fui ver o concerto de Arashi, ele me disse: “Tenho te assistido! No início você parecia tão nervoso!”. Isso me deixou feliz.
♦ Você está realmente dedicado ao jornalismo agora?
Sou responsável por um quadro que apresenta pessoas que trabalham duro. Vou para os locais por 2 dias, mas no programa são apenas 6 minutos, na realidade. Nesses 6 minutos tenho que resumir a vida inteira do convidado que trabalha duro. Meu trabalho é colocar em palavras o que meus convidados querem dizer a maior parte da vida. Quando trabalho lá não sou um ídolo. Penso em mim mesmo como um repórter.
♦ Então, mesmo estando nesse mundo há tantos anos, você está estudando todos os dias.
Exatamente. Esse ano é meu 10º aniversário na agência. No dia 21 de janeiro recebi a carta de uma fã que dizia: “Eu apoio Koyama-kun há 10 anos”, fiquei muito feliz. Há pessoas que me conhecem desde que eu era um garoto dançando na margem. Pessoas que me viram crescer e entrar em um grupo. Eles não são testemunhas de minha existência, mas continuaram me observando por 10 anos, estou muito orgulhoso disso. Fãs são meu apoio, não importa se estão lá desde o início ou não, claro. Quero trabalhar mais por todas essas pessoas. Penso sobre isso especialmente durante os concertos de NEWS. Tipo: “Todos vieram aqui por nós”. Mais do que fãs, os vejo como uma família. A partir de agora quero que os laços da família NEWS se tornem mais fortes.
♦ No fim, eu gostaria de perguntar sobre as últimas informações, vamos começar com o amor.
Recentemente comecei a gostar de menos tipos de garotas. Não é como se pudesse dizer que qualquer um está bom (risos). Uma pessoa se torna meu tipo quando nossos gostos combinam. Mas eu não tenho confiança em tudo, quero alguém que possa me confortar quando eu me sentir desconfortável. Desejo encontrar uma garota assim. Quero construir uma família, então quero casar com 33 anos.
♦ E sobre o trabalho?
Quero ser o 2º melhor. Em NEWS, a primeira posição poderia ser dos outros 5 membros. Eu sei que isso significaria que sou o último, mas se os outros são o primeiro lugar, estou bem em ser o segundo. Se não fosse assim, eu não seria capaz de ser o MC. Sei que não sou do tipo legal ou silencioso. Não consigo fingir ser legal (risos). Não consigo agir assim. Acho que sou desajeitado. Embora eu não me importaria de ser legal (risos). Mas não consigo. Eu acho que falar sobre tudo que passa em minha mente é uma maneira de diminuir a distância entre nós e as fãs. Odeio quando há paredes entre as pessoas. É por isso que quero ser visto como um ídolo que você pode encontrar em qualquer lugar, é isso que quero ser. Quero ser a conexão entre NEWS e as fãs.
Créditos do inglês: Spilledmilk25
Tradução: Karen
repostando do NEWSPi
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